terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Senado pede informações a ministro da Educação

BRASÍLIA, 20 Dez (Reuters) - A Mesa Diretora do Senado aprovou nesta terça-feira um pedido de informações ao ministro da Educação, Fernando Haddad, para que ele explique denúncias de contratação de uma empresa de fachada por um órgão ligado à pasta.
Mais cedo, o senador Cícero Lucena (PSDB-PB), informou erroneamente que o requerimento aprovado era para que o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, explicasse por escrito suas atividades de consultoria antes de assumir o ministério.
"Ele (Lucena) respondeu que tinha sido aprovado, porque confundiu com um outro requerimento de minha autoria, pedindo informações do ministro Haddad", disse o líder do PSDB, Alvaro Dias (PR), autor dos pedidos para que os dois ministros prestem explicações.
O equívoco também foi confirmado pela secretária-geral da Mesa Diretora do Senado Federal, Cláudia Lyra. Segundo ela, o requerimento que pede explicações a Pimentel ainda não foi analisado, pois ainda não foi designado um relator.
De acordo com Dias, o requerimento para que Pimentel preste explicações só deve ser analisado no ano que vem.
Na quinta-feira da última semana, o líder do PSDB no Senado encaminhou o requerimento de informações à Mesa. No documento, o líder tucano pede detalhes sobre as consultorias prestadas por Pimentel antes de assumir o comando do MDIC e após deixar a prefeitura de Belo Horizonte.
Dias pede também que Pimentel envie cópias das notas fiscais emitidas pelos serviços prestados.
A partir do momento em que receber o requerimento, Pimentel, amigo da presidente Dilma Rousseff desde os tempos em que combateram o regime militar, terá 30 dias para enviar as explicações.
Segundo reportagens publicadas pela imprensa, o ministro teria recebido 2 milhões de reais pelas consultorias prestadas por sua empresa. Pimentel argumenta que o valor é menor do que o informado e compatível com a remuneração do mercado para executivos.
A mídia também divulgou que uma das empresas que contrataram a consultoria do atual ministro manteve contratos com a prefeitura da capital mineira quando Pimentel era prefeito, e que ele teria recebido por palestras que não deu.
Informações divulgadas pela imprensa geraram suspeitas de tráfico de influência que levaram Antonio Palocci a deixar em junho o cargo de ministro-chefe da Casa Civil, após a divulgação de dados relacionados à sua empresa de consultoria. Na ocasião, ele negou-se a divulgar a relação de clientes para os quais prestou serviços antes de assumir a Casa Civil.
Desde o início do governo Dilma, sete ministros já deixaram os cargos, seis deles em meio a denúncias de irregularidades.
(Reportagem de Maria Carolina Marcello) - Agência Reuters

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