quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

29 de fevereiro: Um ano de vez em quando

Jornal do Brasil: Terça-feira, 29 de fevereiro de 1972 - página 5 do Caderno B"Bissexto.
Vale a pena reparar
na singularidade cíclica
de fevereiro.
Toda vez
que o cardinal do ano
é divisível por 4,
o mês de fevereiro
se enriquece de um dia,
fica cismando, até,
que pode chegar a 30,
quem sabe se, caprichando, vai até 31, mas qual: o gás é fraco, e fevereiro só repete a façanha daí a quatro anos, tempo que, antigamente, dava para renovar as caras na presidência das repúblicas
". Drummond de Andrade
Na sua origem, o ano bissexto é bastante explícito: um ajuste entre o calendário convencional e o tempo de translação da Terra em volta do Sol, o que faz com que o nascer no dia 29 de fevereiro aconteça de quatro em quatro anos. Mas esta peculiaridade fica também a mercê de suposições, superstições e crendices. Muitas histórias lhe são atribuídas, sem que se saiba ao certo de onde (e como) se originaram.

A edição do Jornal do Brasil de 29 de fevereiro de 1972, 18º ano bissexto do século XX, resgatou a história de uma curiosa tradição: o Dia da Maria Cebola, popularizado pelas histórias do Ferdinando, personagem dos quadrinhos do norte-americano Al Capp. Neste dia é permitido a toda mulher conquistar o homem amado. Qualquer ataque é consentido: da conquista mais sutil à perseguição mais despudorada. A referência histórica que se tem sobre este costume remete ao ano de 1288. Uma lei promulgada na Escócia estabelecia e ordenava que durante o ano bissexto, moças e senhoras de alta ou baixa situação financeira teriam a liberdade de escolher o homem do seu agrado para casar-se. Se este se recusasse a tomá-la como legítima esposa seria multado de acordo com as suas posses. Anos depois, uma lei semelhante seria formalizada na França, e no século XV, o costume seria legalizado em Gênova e Florença.
FONTE: Jornal do Brasil

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

PLANO DE AULA: Sociedade e cultura na Mesoamérica: a Civilização Maia

Olá professores e seguidores do blog! Segue um plano de aula da revista escola e da Veja na sala de Aula sobre os povos pré colombianos, tema do 7º ano do Ensino Fundamental, especificamente da civilização maia, que chama a atenção de todos para os mitos do "fim do mundo".

Diante das profecias sobre o fim do mundo em 2012, que tal trabalhar a origem, os costumes e os principais legados da civilização Maia com os alunos?
Objetivos- Apresentar as principais características da civilização Maia, a sua importância e principais realizações.
- Refletir sobre a importância dessa civilização e seu legado cultural, enfatizando como o calendário e as profecias maias ainda permeiam o imaginário da sociedade contemporânea.
 
Conteúdos- História da América.
- Civilização Maia.

Tempo estimadoTrês aulas

Material necessário- Mapa da América pré-colombiana, disponível em http://abr.io/1mpcou em http://abr.io/1mpm
- Imagem do deus maia Yum Kaax, disponível em http://abr.io/1mqA
- Imagens das pirâmides maias, disponíveis na reportagem de Veja.com ou em http://abr.io/1mqG
- Imagem do sistema de numeração maia em http://abr.io/1mqY
- Calendário maia, disponível em http://abr.io/1mqc
- Cenas do filme “Apocalypto”, disponíveis em http://abr.io/1mqe
- Cópias da reportagem “Queda da civilização maia foi causada por causada por leve seca”, publicada em Veja.com, para todos os alunos (disponível em http://abr.io/1mq3).
- Charge do calendário maia, em http://abr.io/1mqo
- Computador com acesso à internet ou aparelho de televisão com DVD para exibir as cenas do filme.

Desenvolvimento
1ª aula
Explique que nesta e nas próximas aulas vocês irão discutir a civilização Maia, sua importância e principais realizações. Pergunte aos alunos o que eles sabem sobre este povo e, com base nas respostas, informe que muito antes da chegada dos colonizadores europeus no continente Americano, no final do século 15, o território já era habitado por diferentes povos indígenas, cuja diversidade cultural – língua, costumes e tradições – refletiram no modo de organização econômica, social e política. Explique que os Maias habitavam a península de Yucatán, na América Central.
Mostre o mapa da América pré-colombiana e indique a localização da civilização. Depois, explique à turma que as origens dessa civilização remontam ao ano 300 e que o seu apogeu deu-se entre os séculos 6 e 8.
Reflita que, diferentemente dos Incas e dos Astecas, os Maias não constituíram um império unificado, uma vez que os centros cerimoniais nunca se uniram sob um governo único – eles se organizavam em cidades-estado independentes. Quando os povos das cidades-estado entravam em guerra, a cidade derrotada era controlada pela cidade vitoriosa.
Prossiga em sua aula expositiva e conte que a base econômica da civilização Maia era a agricultura, sendo o milho o principal componente da dieta alimentar. Trabalhe a imagem da estatueta que representa o deus Yum Kaax (o deus do milho, da natureza e da agricultura) e mostre para os alunos como a religiosidade permeava toda a vida dos ameríndios da península do Yucatán, no México. Mostre, também, imagens das pirâmides maias (você pode distribuir as cópias da reportagem de Veja aos alunos neste momento) e dos templos para a realização de rituais religiosos. Seus alunos já viram estas pirâmides antes?
Com base nas respostas, discuta a composição da sociedade maia e explique que era formada por três camadas: a elite, composta por sacerdotes, governantes e chefes militares; a camada intermediária dos escribas, pintores e escultores; e a camada inferior, formada por camponeses e artesãos. Destaque que na construção tanto das pirâmides maias, como nos palácios e observatórios astronômicos eram utilizadas mão de obra camponesa e artesã. Relativize também o papel da mulher nessa sociedade, uma vez que os laços matrimoniais ajudavam a selar alianças entre diferentes povos maias.

2ª aulaRetome os conteúdos trabalhados na aula anterior sobre os principais feitos dos Maias (construções, templos e esculturas), destacando a escrita, o sistema de numeração e o calendário. Uma das principais fontes escritas deixadas pelos Maias foram os códices – espécies de livros produzidos com material orgânico, fibra vegetal, como folhas e cascas de árvores e outros materiais. A escrita maia também foi chamada de hieróglifo, pela aparente semelhança com a escrita egípcia, com seus desenhos e símbolos. Porém, ressalte que ambas não possuem nenhuma relação entre si.
Explique que além dos códices, foram encontrados escritos maias em placas de pedras, paredes de construções e em cerâmicas. Apesar dos “hieróglifos” maias ainda não terem sido totalmente decifrados, foi possível entender parte de sua história, seu sistema de numeração, originado através da contagem dos dedos dos pés e das mãos; seu conhecimento astrológico, que permitiu o desenvolvimento de um complexo calendário, a partir do qual foram feitas inúmeras profecias.
Em seguida, mostre aos alunos a imagem do calendário maia e discuta com eles como, naquela época, esse povo foi capaz de calcular os dias e os anos com uma exatidão muito próxima aos dias de hoje. Discorra sobre os calendários utilizados pelos sacerdotes maias, o religioso com 260 dias, e o civil, com 365 dias. Destaque que uma nova era iniciava-se a cada 52 anos, quando os dois calendários coincidiam. E em comemoração a essa nova era, novos templos eram construídos sobre os antigos.
Conte que para a civilização Maia o tempo era cíclico. Reflita com os alunos como essa percepção cíclica do tempo tem relação com o temor constante de que o mundo fosse acabar e, portanto, como a função do sacerdote era importante para calcular os eventos futuros.
Para finalizar, selecione cenas do filme “Apocalypto” e aprofunde a discussão sobre a questão dos sacrifícios realizados aos deuses – necessários para a sobrevivência dos mesmos e da própria população –, sobre as profecias maias e sobre a influência dos calendários e da religiosidade na vida cotidiana desse povo.

3ª aulaPeça aos alunos que peguem suas cópias da reportagem de Veja.com e proponha uma leitura coletiva do texto. Com base na reportagem, discuta como eventos de origem natural contribuíram para a queda da civilização Maia. Uma sugestão de encaminhamento da discussão é relacionar as informações apresentadas aos problemas ambientais que afligem a humanidade atualmente (aquecimento global, intempéries climáticas etc.), questionando o porquê de profecias do fim do mundo, como a Maia, ainda possuírem tanta força no imaginário atual.
Retome as diferentes perspectivas de tempo entre a nossa civilização e a Maia, uma linear, a outra cíclica, e demonstre como as duas percepções estabelecem visões diferentes sobre o fim do mundo. Depois, apresente aos alunos a charge do calendário Maia, disponível em http://abr.io/1mqo.
Em seguida, organize grupos de no máximo quatro pessoas e peça que discutam entre si como a nossa interpretação atual sobre as profecias podem estar mais relacionadas aos nossos medos contemporâneos, do que aos medos da civilização Maia.
Finalize solicitando a cada grupo que redija um texto argumentativo, enumerando as principais características da civilização estudada, destacando a influência da cultura maia na atualidade.

Avaliação

Durante as aulas, sobretudo nos momentos de discussão e reflexão propostos, atente para a participação dos alunos e verifique se os conteúdos foram apreendidos. O debate em grupo e os textos entregues ao fim da terceira aula devem mostrar se todos compreenderam as principais características da civilização Maia, a sua importância, principais realizações e como o seu legado cultural ainda permeia o imaginário da sociedade atual.

Consultoria Vanessa Silva de Faria
Mestre em História pela Universidade Federal de Juiz de Fora e professora de História na Escola Estadual João Augusto da Silva Barreto, em Santa Bárbara do Monte Verde - MG.

FONTE: REVISTA NOVA ESCOLA

LINKS INTERESSANTES!!!!!!

Olá historiadores e simpatizantes!!!
Segue alguns links interessantes mandados pelo Profº Rodrigo.
Valeu, Rodrigo, continue mandando vídeos e artigos interessantes...
E vocês colegas, mandem para postarmos no BLOG.

Palestra do historiador Peter Burke:  http://www.cpflcultura.com.br/site/2011/08/22/quem-cuida-de-quem-%E2%80%93-peter-burke/


Palestra com a historiadora Mary Del Priore:  http://www.cpflcultura.com.br/site/2012/01/24/o-casamento-entre-o-amor-e-o-sexo-o-cuidado-e-feminino-%E2%80%93-mary-del-priore/

Entrevista com o escritor Tariq Ali: http://globotv.globo.com/globo-news/milenio/t/programas/v/conheca-os-ideais-politicos-do-escritor-tariq-ali/1720690/

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Morria no dia 15 de Fevereiro de 1965 - Nat King Cole

Nat King Cole, 46 anos, morreu em um hospital de Hollywood, Estados Unidos, de câncer de pulmão, depois de cantar durante vinte e nove anos nas principais cidades do mundo, interpretando canções de jazz como Saint Louis Blues, Too Young, Fascination, Unforgetable e Bailerina.

A doença que o levou à morte foi diagnosticada um ano antes, quando sentia dificuldades para respirar. Nat precisou tirar um dos pulmões e, pouco antes de falecer, não tinha fôlego nem mais para falar. Mesmo depois da cirurgia, Nat não parou de fumar – o cantor tinha hábito de consumir cerca de três maços de cigarro por dia. A viúva Maria Cole disse que o marido morreu sem sentir, apenas com um olhar de tristeza. “É nessas ocasiões que uma mulher tem que ser forte e ter coragem. Com certeza Nat consolou-se nisso antes que tudo acabasse”, declarou à imprensa um dia após a morte do cantor.

Em 1959, Nat King Cole passou pelo Rio de Janeiro, ocasião em que se apresentou no Maracanazinho, em um show que lotou o estádio, sendo a maior consagração feita no Brasil a um cantor norte-americano até então.
A vida de músico de Nat começou aos quatro anos de idade, quando tocava órgão na igreja de seu bairro, incentivado pelo pai, que era pastor. Aos 17 anos mudou-se com a família para Chicago e lá começou uma pequena banda, que depois se transformou no trio de Nat King Cole, que ficou famoso por cantar músicas de jazz e spirituals (música religiosa da cultura afro-americana).

A vida inteira tenho ouvido, cantado e amado os spirituals que, para mim, representam a expressão máxima da música norte-americana, no que ela tem de melhor”, afirmou o cantor certa vez, ao se referir ao seu hit Every Time I Feel the Spirits.

Cole era um cantor realizado: gravara mais de 600 músicas. Sua voz agradável e marcante era comparada por críticos musicais ao “rumor da brisa crepuscular”. Cole também fez história no cinema, tendo atuado em mais de 20 filmes de Hollywood, sempre como cantor ou pianista. O garoto pobre do Alabama, cujo primeiro salário foi fixado em um dólar e meio por noite (na época em que liderava uma pequena banda), jamais imaginou que faturaria, poucos anos depois, cerca de 500 milhões de dólares por ano e mobilizaria multidões de fãs enlouquecidos para ouví-lo cantar.

A coragem de dizer não.

Foto histórica de um homem que se recusou a fazer a saudação nazista cai na internet e faz sucesso nas redes sociais

Contrariando a atração à frivolidade das mensagens virais que tomam a internet, uma antiga foto de um homem que se recusou a fazer o cumprimento nazista se espalha pelo Facebook e faz sucesso na rede mundial de computadores. Enquanto dezenas de pessoas saúdam o Terceiro Reich, o homem permanece de braços cruzados e com um semblante de desdém.
A imagem foi feita em 1936 – em plena Alemanha Nazista – no Porto de Hamburgo, onde a multidão se aglomerava para assistir ao lançamento de um navio militar. O cidadão se chamava August Landmesse e era operário do estaleiro de Hamburgo. Apesar de ter ingressado no Partido Nazista em 1931, ele foi expulso em 1935 por ser casado com uma judia. A união lhe valeu duas filhas e a prisão por “desonrar a raça ariana”. Em 1941, August foi libertado e enviado à guerra. Em pouco tempo no campo de batalha foi dado como desaparecido em combate e declarado morto. Já a mulher de August teria sido presa pela Gestapo, a polícia secreta nazista, e depois desaparecido.
A história veio à tona apenas em 1991, quando August foi identificado. Ao ver a foto num jornal alemão, Irene, uma de suas filhas, o reconheceu. Enquanto sua irmã foi morar com a avó materna, Irene foi enviada a um orfanato e depois adotada. Em 1996, ela escreveu um livro contando a história da família.
A imagem, que já foi curtida quase 100 mil vezes e compartilhada outras 40 mil, foi publicada no último sábado (dia 4) na página do Facebook do movimento Senri No Michi – uma organização criada após o terremoto e o tsunami de 2011 do Japão, com o objetivo de divulgar ações de caridade.

Fonte: Revista História